terça-feira, 7 de outubro de 2014

Sobre curiosidade e fontes alternativas de inspiração (pré-projeto)


Acho que uma das características mais desejáveis de uma pessoa é a curiosidade. Não aquela perniciosa, de saber futricas da vida alheia, de ser intrometido, invasivo. Falo daquela curiosidade que é típica da criança, que se surpreende com aquilo que para nós, crescidos, é banal. Aquela curiosidade de quem não está psicoadaptado ao mundo, e que Jostein Gaarder defende ardentemente no Mundo de Sofia.

É esta curiosidade que nos faz descobrir, criar, enxergar relações. Nas leituras sobre inovação, um pensamento que se destacou para mim foi o de que inovar nem sempre envolve coisas absolutamente novas. Pode ser simplesmente uma conexão nova, entre coisas já existentes.

Nesta linha, em algum dos vídeos que assisti hoje uma professora comentava sobre a fragmentação da Educação (salvo engano, Cláudia Leitão), e mencionava como a reintegração das partes, nos fazendo enxergar novamente o todo, é benéfica. Pelo que pude apreender do meio científico, à medida em que se avança, sabe-se cada vez mais sobre cada vez menos. Então, corremos o risco de não fazer conexões novas, porque não olhamos "do lado de lá".

Para mim, a gente tem que manter os olhos e a mente abertos, e receber estímulos variados. Na minha estante de leituras recentes tem livro sobre problemas neurológicos (O homem que confundiu sua mulher com um chapéu), o caos no marketing e na propaganda (Cenário de Caos) e os problemas do modelo de casamento atual (Profissão: Esposa). Decididamente, não sou linear.

Então, minha pesquisa exploratória de hoje começou lendo a última edição da Revista da Cultura (disponível online), que neste mês é dedicada à Educação. Nela vi um projeto fantástico, de um jovem profissional que largou o emprego numa empresa de marketing para se lançar numa viagem pelo Brasil, descobrindo ideias e soluções para a Educação. Sem patrocínio, sem apoio. Apenas raspou as economias e foi. O resultado do trabalho virou livro com a ajuda de crowdfunding. Mais sobre o projeto.

E aí, despretensiosamente, fui ao Google com três palavras apenas: "economia criativa" + "educação". Pronto. Caí no site da Escola São Paulo, instituição voltada à economia criativa que atualmente promove um fórum permanente de educação para a economia criativa. Na sequência, vídeos e mais vídeos, nomes de referência, etc, etc, etc.

Acho extremamente válido consultar periódicos quando se está elaborando um projeto de pesquisa. Afinal, é lá onde está a produção acadêmica atual. Só que o conhecimento não está apenas na academia e, definitivamente, não apenas na sua área de estudos. Achei iniciativas de Economia Criativa com o pessoal de Artes, Comunicação Social...até de Economia.

Então, o que quero com isso tudo? Primeiro, conseguir dormir, porque os pensamentos vêm e vão e tenho que levantar cedo amanhã. Segundo, falar de fontes de inspiração alternativas (além do periodicos.capes). Terceiro, deixar um lembrete para os tempos que virão, quando eu talvez fique imersa numa gota de água, sem enxergar sequer o copo, que dirá o oceano.

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