sábado, 1 de julho de 2017

Sobre as incertezas da vida acadêmica

Os últimos meses não foram fáceis.

Estou trabalhando num projeto de pesquisa maravilhoso, mas que é bem diferente da minha área. As aulas do doutorado me fazem desejar ter três encarnações para conseguir estudar tudo o que quero/preciso. Meu relacionamento está no modo distância desde agosto do ano passado. Depois de 2 anos morando fora, sinto os vínculos com muita gente querida se afrouxando. E não sei o que vai acontecer daqui pra frente. A gente nunca sabe, é claro. Mas a vida acadêmica me parece um pouco mais incerta do que as outras.

Vive-se à espera de um edital. Que pode ser em qualquer lugar do país (do mundo?). Para trabalhar em qualquer lugar. Para qualquer sub-área. Um artigo que cai por acaso nas suas mãos pode mudar completamente sua visão de mundo, sua perspectiva de pesquisa. Um livro pode virar seus planos de vida de cabeça para baixo. Uma aula pode tirar toda a graça do tema que até então era a menina dos seus olhos.

Para quem lida com ansiedade desde que se entende como gente, como eu, isso é bastante assustador. Adoraríamos controlar, prever, saber. Mas não dá.

Comentei com algumas amigas há uns dias que às vezes eu me pergunto onde estava com a cabeça quando resolvi bagunçar a minha vida. Porque é essa a sensação que eu tenho: que tudo estava nos trilhos e aí eu decidi seguir por atalhos e mais atalhos, que me fizeram caminhar bastante e ver coisas lindas e diferentes, mas que também me tiraram todos os pontos de referência que eu já conhecia.

Para quem está na mesma situação, fica aí um lindo desenho by The Latest Kate.
Colando na parede em 3...2...



*Tradução: tudo é assustador e você se sente vulnerável, mas isso não significa que tudo vai dar errado. Sentimentos de ansiedade normalmente não são indicativos (confiáveis) da realidade.